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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um sério candidato a navio patrulha oceânica do Brasil

FINCANTIERI CLASSE COMMANDANTE. Um sério candidato a navio patrulha oceânica do Brasil

DESCRIÇÃO
Na marinha do Brasil, os planos de reequipamento tratam de mais itens que apenas submarinos e fragatas. Com a recente movimentação do governo brasileiro se aproximando da industria naval italiana, com forte indício de que a modernização dos meios de superfície da Marinha do Brasil será feito com tecnologia italiana, um dos itens da proposta italiana chamou minha atenção. O navio de patrulha oceânica classe Commandante. Esse pequeno navio me era desconhecido e me interessei em pesquisar mais sobre ele para poder escrever um artigo informando suas características. Os dados que procurei foram relativamente difíceis de achar, e mesmo no site do fabricante as informações são escassas. Mas consegui reunir um mínimo de fontes confiáveis e desenvolver essa pesquisa de forma a dar uma boa idéia sobre as capacidades deste interessante navio.
Acima: O moderno desenho do Commandante reúne soluções de furtividade encontrada em projetos de navios recente.
Embora o navio classe Commandante seja considerado como um navio de patrulha oceânica (NaPaOc) pela marinha do Brasil, a verdade é que a Fincantieri, empresa que projetou o navio, apresenta o Commandante como uma corveta. A classificação deste navio, no entanto, me parece mais próxima do que a marinha do Brasil a considera, devido ao armamento bastante limitado, quando comparado a outras embarcações da mesma categoria. Mesmo a corveta classe Inhaúma, da marinha do Brasil, possui um armamento muito mais pesado, se aproximando do poder de fogo de uma fragata.
Acima: Com um deslocamento de 1520 toneladas o Commandante tem uma boa autonomia para sua categoria de embarcação, chegando a 6500 km.
O Commandante está armado com um moderno canhão Otobreda 76 mm capaz de atingir um alvo a 30 km de distancia. Este compacto canhão é capaz de uma cadência de fogo que chega a 85 tiros por minuto. Esta arma consegue manter um poder de fogo considerável se considerarmos apenas “piratas” e embarcações leves como adversários, mas certamente é um armamento limitado em caso de uma batalha naval contra um navio de guerra “normal”. Além desse canhão, há dois canhões leves Otobreda de 25 mm. A Commandante tem um hangar para operar um helicóptero médio como o NH-90 ou um SH-60 Seahawk.
Falta, na Commandante, um armamento de míssil, que aumentaria sua flexibilidade de emprego, porém para uso como patrulheiro oceânico, seu armamento atual é aceitável.
Acima: O helicóptero NH-90, como o da foto acima, é operado pela marinha italiana em seus navios Commandante. Na itália, esses navios são chamados de classe Cigala Fulgosi.
O radar principal é um modelo multímodo RAN-30X/I fornecido pela empresa Selex com alcance de busca aérea na ordem de100 km, segundo o fabricante. Segundo o fabricante, ainda, este radar pode travar num míssil inimigo a 25 km. O mesmo fabricante fornece o radar de controle de tiro NA-25 que fornece o controle do canhão principal de 76 mm. A Commandante têm um sistema de guerra eletrônica SLQ-747 que proporciona jammer (interferência) e identificação do radar inimigo. Completa a suíte de guerra eletrônica um sistema de lançamento de iscas chaffs (usada contra mísseis guiados por radar).
Acima: O radar Selex RAN-30X/I é o principal sensor de busca do Commandante. Trata-se de um moderno radar multimodo capaz de rastrear alvos aéreos e de superfície.
A propulsão da Commandante é composta por dois motores General Motors Trieste Wartsila W-18V 26 XIV que produzem 13,2 MW de potência. Estes motores trabalham junto com outros 3 geradores de eletricidade a diesel Isotta Fraschini 1712 T2 ME que produzem mais 900 KW cada. Essa propulsão leva o Commandate a uma velocidade de 26 nós (48 km/h). A autonomia deste navio é boa considerando suas pequenas dimensões, podendo chegar a 6500 km.
Acima: A marinha brasileira precisará de muitos navios de patrulha oceânica para poder executar a manutenção da soberania brasileira sobre nosso extenso litoral.
A marinha do Brasil tem procurado se renovar e a escolha de um novo navio de patrulha oceânica devem recair sobre a classe Commandante, graças a um acordo com o governo italiano que deve trazer as fragatas Fremm da versão italiana para nossa marinha, junto com os navios de patrulha oceânica classe Commandante. Dentro dos requisitos da marinha e o tamanho descomunal da área a ser patrulhada, esta classe de navio preenche bem as necessidades da marinha. Porém, vale considerar que em uma força armada com recursos sempre limitados, seria adequado que cada um de seus meios pudessem ser usados em missões diferentes, multiplicando a capacidade operativa da marinha, porém a eventual escolha desta classe implicará em um navio relativamente especializado, sem poder participar de missões contra navios de guerra normais
Acima: Nesta foto pode se notar que o hangar presente nos dois primeiros navios da classe Commandante não está presente. As duas embarcações da segunda encomenda teve seu hangar retirado.
FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta/ Navio de patrulha oceanica.
Tripulação: 70 tripulantes.
Data do comissionamento: 2002.
Deslocamento: 1520 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 88,4 mts.
Boca: 12,2 mts.
Propulsão: 2 motores General Motors Trieste Wartsila W-18V 26 XIV que produzem 13,2 MW de potência.
Velocidade máxima: 26 nós (48 km/h).
Alcance: 6500 Km.
Sensores: 1 radar multímodo RAN-30X/I 100 km de alcance. 1 radar de controle de tiro NA-25.
Armamento: Um canhão Otobreda 76 mm, Dois canhões leves Otobreda de 25 mm.
Aeronaves: Um helicóptero médio NH-90 ou SH-60 Seahawk

Fontes: Fincantieri (fabricante), Site NavalTechnology, Site Deagel.

sábado, 14 de agosto de 2010

Barroso V34 - 1

vinheta-destaqueNeste post, fotos inéditas da corveta Barroso (V34), a mais nova escolta da Marinha do Brasil, feitas por nosso editor Guilherme Wiltgen. Inúmeros detalhes podem ser observados e discutidos pelos leitores mais interessados.

Para quem não conhece, a Barroso é uma evolução das corvetas da classe “Inhaúma”, das quais a Marinha planejava inicialmente construir 16 unidades, mas acabou construindo apenas 4 navios.

A CV Barroso demorou cerca de 14 anos para ficar pronta, por causa da falta de recursos para terminá-la. O navio custou cerca de 260 milhões de dólares.

Para a missão que foi projetada, escolta aproximada e afastada do litoral, com capacidade antinavio, antissubmarino e antiaérea (de ponto), o navio é adequado, mas o Brasil precisava construir pelo menos mais três unidades do tipo, para criar alguma escala de produção para os sistemas nacionalizados.

Mas a demora na prontificação e a evolução tecnológica no período, provavelmente deixarão a classe com apenas um navio. O que é uma pena.

A Barroso divide opiniões, muitos acham o navio válido (opinião deste editor), outros pensam que não vale muito a pena investir em escoltas com esta tonelagem, alegando que são navios muito leves e não têm “endurance”. De fato, as “Inhaúma” são navios que jogam muito e a mudança no desenho da proa da Barroso foi justamente para evitar o problema de embarque de água na proa. Acreditamos que a estabilidade na Barroso tenha sido melhorada.

Barroso V34 - 2

Barroso V34 - 3

Barroso V34 - 4

Barroso V34 - 5

Barroso V34 - 6

Barroso V34 - 7

Barroso V34 - 8

Barroso V34 - 9

FOTOS: Guilherme Wiltgen

SAIBA MAIS:

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Centro de manutenção de turbinas no Rio dobra capacidade até outubro e será a maior das cinco unidades no mundo. Com faturamento de US$ 1 bi e em expansão, GE-Celma ganha um novo centro para teste de turbinas. Com cinco centros globais de manutenção de turbinas de aviação espalhados por Europa, EUA e Ásia, a General Electric (GE) escolheu a unidade do município de Petrópolis, no Rio, para ser o principal polo de seus serviços do gênero no mundo. Em outubro, a planta, que leva o nome de GE-Celma, ganhará um novo centro de provas, capaz de dobrar a capacidade de turbinas testadas de 400 para 800 por ano.

A câmara de testes simula integralmente as condições enfrentadas pelas aeronaves durante o voo, como tempestades, neves e até choques com pássaros. A iniciativa faz parte de um plano de crescimento da GE-Celma que prevê investimentos de US$ 50 milhões -R$ 88 milhões- até 2014. “Ao término da expansão, revisaremos 500 turbinas, a maior capacidade entre as subsidiárias”, diz Júlio Talon, presidente da GE-Celma. Pelo modelo de negócios da GE, a Celma retira a turbina em qualquer lugar do mundo, leva a peça por terra a Petrópolis a partir do aeroporto de Viracopos, em Campinas, onde chega ao Brasil, e faz a manutenção. “São 10 mil peças que compõem a turbina que exigem processos minuciosos para não haver atraso”, diz.

FONTE: Folha de São Paulo

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Tridente chegou. Seis anos, mil milhões e dois processos depois

por Nuno Aguiar, Publicado em 03 de Agosto de 2010 | Actualizado há 10 horas
O primeiro dos dois submarinos comprados à Ferrostaal chegou ontem ao Alfeite



Seis anos depois, o primeiro dos dois submarinos comprados à empresa alemã Ferrostaal chegou ontem à base naval do Alfeite. O Tridente será recebido pelo governo numa cerimónia oficial apenas em Setembro, mas ontem já teve direito a passear-se pelas águas do Tejo perante o olhar atento de algumas dezenas de pessoas.

As boas-vindas ao Tridente começaram a ser dadas pelas 10h, quando o submarino passou junto à Ponte 25 de Abril, acompanhado por um semi-rígido da Polícia Marítima e dois dois navios dos pilotos de barra, que abriam caminho à frente do submarino, enquanto a fechar a comitiva seguiam o Tridente e dois rebocadores, que, como é normal nestas cerimónias, lançaram jactos de água para o ar. O percurso foi também acompanhado por um helicóptero Lynx da Marinha de Guerra.

O submarino foi recebido às 11h no Alfeite pelo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) com uma pequena recepção de acordo com a tradição naval.

A factura Com o Tridente e o seu irmão Arpão - que deverá chegar a Portugal entre o final deste ano e o início de 2011 - vem também uma factura de mais de mil milhões de euros, valor correspondente a cerca de 0,6% do produto interno bruto nacional. Projectado em 2004 pelo governo de coligação PSD/CDS como um investimento de 769 milhões de euros, a compra dos submarinos fica marcada por derrapagens financeiras.

Alguns economistas, como João Duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), acreditam mesmo que o esforço financeiro a que obriga a compra do Tridente e do Arpão anulará o efeito das medidas de austeridade levadas a cabo por este governo. "Estimava-se que as medidas tivessem um efeito de uma redução de mil milhões de euros nos custos e um acréscimo de mil milhões de euros nos proveitos através dos impostos", explicou à Renascença. "Significa que o aumento de impostos que estamos a sofrer este ano tem o mesmo valor que os submarinos. Se o governo quer manter o défice vai ter de cortar mais mil milhões de euros em custos ou temos de aumentar mais os impostos."

nos tribunais No entanto, a polémica em torno da compra dos submarinos está longe de ser apenas financeira. De 2004 para cá, o negócio deu origem a dois processos judiciais. Um, ainda em frase de instrução, refere-se a uma acusação de falsificação de documentos e burla levada a cabo por gestores portugueses e alemães da Ferrostaal que terão lesado o Estado alemão em 34 milhões de euros.

Outro, em investigação pelo Ministério Público, tem como base uma suspeita de corrupção e branqueamento durante o processo de compra dos submarinos, envolvendo escutas de conversas entre Abel Pinheiro e Paulo Portas, que era ministro da Defesa quando foi feito o negócio com a empresa Ferrostaal.

o primeiro submarino O "Tridente" tem quase 70 metros e pesa mais de duas mil toneladas em imersão. Com uma autonomia de 12 mil milhas, o submarino tem uma guarnição de 33 homens, sendo comandado pelo Comandante Salgueiro Frutuoso.

O "Tridente", comprado com o objectivo de proteger a enorme área marítima portuguesa, está equipado com um sistema de armas com mísseis de longo alcance, mar-mar e mar-terra, torpedos de longo alcance, minas e armamento ligeiro para protecção própria quando está a navegar à superfície.

Para 8 de Setembro está marcada a cerimónia oficial de recepção em que será entregue o estandarte nacional ao navio e inauguradas as infra-estruturas remodeladas da Esquadrilha de Submarinos