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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A princípio, [os submarinos produzidos pelo grupo alemão] não interessam", disse Jobim.

25/02/2008 - 21h50

Jobim diz que governo não vai cumprir parte em acordo com grupo alemão

FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos

O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse hoje que o governo brasileiro não vai cumprir a sua parte no acordo com o grupo alemão ThyssenKrupp, que está construindo uma siderúrgica no país e espera, como contrapartida, um acordo de cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,5 bi) que inclui a reforma dos cinco submarinos operados hoje pela Marinha brasileira, além da venda de dois novos.

Na semana passada, o grupo alemão enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamando do governo brasileiro o cumprimento de sua parte no acordo. Em fase final de construção, a siderúrgica fica em Sepetiba (RJ) e exigiu do ThyssenKrupp um investimento de cerca de 3,5 bilhões de euros (US$ 5,2 bi).

A cobrança alemã veio com o início, neste mês, das negociações entre Brasil e França que deverão levar a uma parceria entre os dois países para a construção, no Brasil, de submarinos nucleares franceses.

Jobim alegou que a opção do Brasil é por submarinos movidos a energia nuclear, tipo de equipamento que o ThyssenKrupp não oferece (o grupo, segundo ele, fabrica apenas aparelhos convencionais, diesel-elétricos). O ministro chamou de tentativa de "barganha econômica" a iniciativa do grupo de enviar carta ao presidente.

"O problema básico dos alemães é que eles não produzem submarinos nucleares. O nosso problema é termos tecnologia para a produção dos submarinos nucleares. Não vamos discutir o assunto [a contrapartida do Brasil à construção da siderúrgica pelo ThyssenKrupp].

A princípio, [os submarinos produzidos pelo grupo alemão] não interessam", disse Jobim.

O ministro deu as declarações em São José dos Campos (91 km de São Paulo), onde esteve hoje para ministrar aula inaugural do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

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