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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Submarinos franceses levam país para lugar de liderança no Atlântico Sul

Marinha brasileira seguirá a «via francesa»
Submarinos franceses levam país para lugar de liderança no Atlântico Sul
29.09.2008

Tanto autoridades militares brasileiras, com a imprensa do Brasil e da França noticiaram nos últimos dias qu o Brasil pretende adquirir um numero de submarinos derivados do modelo Scorpene de fabricação francesa.

O projecto de aumento da força brasileira de submarinos tem vindo a desenrolar-se ao longo dos últimos anos, com a marinha brasileira interessada em agir de forma a queimar etapas que permitam ao país o desenvolvimento do seu próprio submarino movido a energia nuclear.

A aquisição de submarinos do tipo Scorpene à França parece estar directamente relacionada com a entrada de tecnologia francesa no processo de desenvolvimento do Submarino Nuclear Brasileiro, um projecto que começou há praticamente 30 anos mas que tem sido continuamente adiado, quer por falta de condições politicas que por falta de recursos.

Os submarinos convencionais do tipo Scorpene que o Brasil vai contruir, vão permitir à industria brasileira dar um salto que até ao momento não conseguiu dar com a construção/montagem de submarinos alemães do tipo U-209, dos quais o país possui cinco unidades.

A marinha brasileira pretende com os Scorpene, uma maior autonomia na fabricação e manutenção dos submarinos e dos sistemas instalados a bordo quando comparada com a manutenção dos actuais submarinos e dos actuais sistemas embarcados.

Segundo os dados disponíveis, embora os submarinos Scorpene possam incorporar um sistema de propulsão independente do ar (conhecido como sistema MESMA), este sistema não deverá ser instalado, pois segundo as autoridades militares brasileiras, a necessidade de tal sistema é dispensável.

Já anteriormente o Brasil tinha entrado em negociações com a Alemanha para a compra de submarinos do tipo U-214, mas embora os brasileiros tenham afirmado que o U-214 não teriam sistema AIP, fontes na Alemanha asseguram que a possibilidade de ser construído um U-214 sem AIP não faria qualquer sentido, porque o submarino teria que ser redesenhado para remover um sistema que foi desenhado para estar integrado com o navio.

Este problema não se coloca com o submarino francês, pois desde o inicio as características dos sistema AIP MESMA, permitem a instalação futura do sistema, numa operação que inclui o corte do submarino para acrescentar aquele sistema.
A marinha brasileira está equipada e tem técnicos à altura de efetuar este tipo de modificação sem qualquer tipo de dependência exterior.

O sistema AIP MESMA é normalmente considerado inferior ao sistema de Células de Combujstível dos novos submarinos alemães como o U-212 dos anos 90 e o mais recente U-214 que ainda está em testes de aprovação.
Os franceses parecem ter reconhecido este problema, pelo que têm neste momento em estudo e desenvolvimento um novo sistema, que embora se baseie no mesmo conceito, deverá ser menos ruidoso (um dos problemas apontados aos sistema MESMA) embora continue a ter que enfrentar o problema da geração de calor.

Submarino nuclear

A opção francesa dos brasileiros, parece estar directamente relacionada com a abertura por parte da França, em apoiar o Brasil na construção do seu próprio submarino nuclear.
Embora a cooperação não esteja directamente relacionada com o reactor nuclear propriamente dito - que já foi desenvolvido pelo Brasil – os franceses vão prestar auxilio de grande importância no desenho, concepção, adaptação e construção de sistemas auxiliares e também vão colaborar aproveitar os conhecimentos da França na construção de submarinos nucleares de pequenas dimensões.

Existe neste momento alguma dúvida relativamente às especificações e dimensões do futuro submarino nuclar brasileiro, que se prendem com a potência disponível do reactor e a velocidade máxima que o submarino pode atingir.
A velocidade máxima e a autonomia de um submarino nuclear são um dos principais factores que determinam e definem a utilidade e valor militar de um submarino nuclear de ataque.

Embora os franceses tenham afirmado que o futuro submarino nuclear terá um deslocamento inferior a 3000 toneladas, outras fontes, tendo como base projecções anteriores, afirmam que o submarino brasileiro ultrapassará o deslocamento de 5000 toneladas em imersão.

Presentemente, o plano de construção de um submarino nuclear para o Brasil é apenas uma questão de afirmação patriótica e não representa uma resposta a qualquer necessidade militar efectiva. embora vários argumentos tenham sido apresentados em favor da sua construção.

Entre esses argumentos encontra-se o de os actuais membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas todos terem este tipo de arma. No entanto, a eventual entrada do Brasil naquele conselho, com o estatuto permanente, implicaria também a entrada de países como o Japão, que possuindo poderosas forças armadas, não têm navios nucleares. Também a reconstituição da 4ª esquadra norte-americana, tem sido apresentada como razão.

No entanto, embora a pretensão brasileira seja acima de tudo de cariz política, outros países também prosseguem os seu programas de desenvolvimento de submarinos nucleares, como é o caso da Índia, país que negociou a aquisição de dois submarinos nucleares do tipo AKULA e que aparentemente se prepara para construir o seu próprio derivado daquele submarino de origem russa.

Não há dados concretos sobre os custos dos submarino nuclear brasileiro, mas embora os custos do projecto tenham sido normalmente apresentados como baixos, recentemente o custo da construção de um único submarino deverá atingir 1200 milhões de Dolares.
Porém, considerando os custos do programa de submarinos nucleares francês, que embora muito maior inevitavelmente influenciará o projecto brasileiro, dificilmente cada unidade ficará por um custo inferior a 2.000 milhões, a preços de 2008.

A força militar brasileira no Atlântico Sul, atingirá com estas incorporações, um poder que não tinha desde o inicio do século,quando foram adquiridos os dois couraçados da classe Minas Geraes.

fonte: http://www.areamilitar.net/noticias/noticias.aspx?NrNot=651