Foi incorporado à Marinha do Brasil, no dia 21 de maio, na cidade de Falmouth, Reino Unido, o Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) “Almirante Saboia”, em cerimônia presidida pelo Subchefe de Organização e Assuntos Marítimos do Comando de Operações Navais, Contra-Almirante Rodolfo Henrique de Saboia.
Também compareceram ao evento o Diretor de Hidrografia e Navegação da Marinha do Reino Unido e representante daquela Força no evento, Contra-Almirante Ian Moncrieff, além do Adido de Defesa e Naval no Reino Unido, Suécia e Noruega, Capitão-de-Mar-e-Guerra Antonio Carlos Soares Guerreiro, entre outras autoridades militares e civis locais.
A cerimônia foi iniciada às 11h, com o embarque da primeira tripulação do NDCC “Almirante Saboia”, composta por 18 Oficiais e 77 Praças, sob o comando do Imediato do Navio, Capitão-de-Fragata Bruno de Moraes Bittencourt Neto.
A viúva do Almirante Henrique Saboia, senhora Rose Marie Neves de Saboia, e seu filho, o Contra-Almirante Saboia, foram convidados a hastear pela primeira vez o Pavilhão Nacional no navio.
Encerrado o cerimonial à Bandeira, foi empossado o primeiro Comandante do Navio, Capitão-de-Mar-e-Guerra Oscar Moreira da Silva Filho, que foi recebido com Honras de Portaló, a bordo de seu navio.
Após o embarque, as autoridades presentes foram convidadas a descerrar uma placa alusiva à incorporação do navio à Armada.
Na Praça D’Armas, foi assinado o Termo de Armamento, onde realizou-se, também, uma homenagem ao Almirante-de-Esquadra Henrique Saboia, Patrono do Navio, com o descerramento de um quadro e uma placa.
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O Patrono
O nome “Almirante Saboia” é uma homenagem ao líder naval Almirante-de-Esquadra Henrique Saboia.
O Alte Esq Saboia nasceu em Sobral, Estado do Ceará, em 20 de setembro 1925, tendo cursado a Escola Naval entre 1943 e 1945. Desde então, começou sua carreira voltada para a vida no mar, mostrando especial entusiasmo pelas matérias ligadas ao armamento e à balística, tendo optado pela especialização em Sistemas de Armas.
Durante seus comandos dos Contratorpedeiros “Benevente” e “Pará”, o então Comandante Saboia conduziu diversos exercícios com a Esquadra e inúmeras patrulhas ao largo de toda a costa brasileira.
Como Capitão-de-Mar-e-Guerra, comandou o Navio-Escola “Custódio de Mello”, contribuindo para a formação de mais uma turma de Oficias de Marinha, recém formados na Escola Naval.
Como Vice-Almirante, foi Diretor do Pessoal Militar da Marinha, da Escola de Guerra Naval e de Portos e Costas. Foi também Comandante do 1º Distrito Naval e Comandante-em-Chefe da Esquadra.
Como Almirante-de-Esquadra, foi Diretor-Geral do Pessoal e Ministro da Marinha do Brasil no período de 1985 a 1989.
Ele foi agraciado com as seguintes condecorações, dentre outras:
- Grã-Cruz Medalha Mérito Naval
- Medalha Militar de Ouro - 40 anos
- Medalha Mérito Tamandaré
- Medalha Mérito Marinheiro - 02 âncoras
- Medalha de Serviços em Guerra.
O Alte Esq Saboia foi responsável por inúmeras realizações, dentre as quais podemos listar as seguintes:
- na área política, deu continuidade aos projetos de construção do reator de pesquisa na Universidade do Estado de São Paulo e de enriquecimento de urânio em Aramar, conforme a meta da Marinha de dominar o ciclo de propulsão nuclear;
- na área financeira, incluiu a Marinha na participação dos lucros da exploração do petróleo na plataforma continental, o que assegurou uma nova fonte de recursos destinada à obtenção dos navios-patrulha; e
- na área de reaparelhamento da Marinha, prosseguiu com o programa de construção naval no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, com a incorporação do Navio-Escola “Brasil”, da Corveta “Inhaúma” e lançamento ao mar da Corveta “Jaceguai”, além do início da construção dos submarinos “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó”.
Assinou, também, contratos em estaleiros privados para a construção das Corvetas “Júlio de Noronha” e “Frontin”; do Navio-Tanque “Almirante Gastão Motta”; e dos Navios-Patrulha “Graúna” e “Goiana”.
Adquiriu, nos Estados Unidos, quatro contratorpedeiros da classe Pará, para atender às necessidades de escolta da Marinha, até a incorporação das corvetas, e dois navios de Desembarque-Doca da classe Ceará, essenciais para assegurar a capacidade operativa da Força de Fuzileiros da Esquadra.
Aproveitando a oportunidade daquele momento, adquiriu e incorporou o Navio de Socorro Submarino “Felinto Perry”; os Navios Oceanográficos “Antares” e “Almirante Álvaro Alberto”; os Rebocadores de Alto-Mar “Tritão”, “Tridente” e “Triunfo”; e o Navio-Auxiliar “Trindade”.
Também adquiriu onze helicópteros Esquilo; seis Super Puma e dezesseis Bell, além de modernizar quatro SH-3.
MISSÃO DO NAVIO
A missão do NDCC “Almirante Saboia” é realizar o transporte de carga e tropa, transbordos de pessoal, Movimento Navio-Terra (MNT), por superfície ou helitransportado, abicagens e Operações Aéreas, podendo ainda realizar lançamentos e recolhimentos de Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf), a fim de contribuir para a realização de Operações Anfíbias, Ribeirinhas e de Apoio Logístico Móvel.
CARACTERÍSTICAS
Deslocamento máximo 6.700 t
Comprimento 137,50 m
Boca 18,30 m
Calado 4,80 m
Raio de ação: 9.200 Mn a 15 nós
Velocidade (cruzeiro/máxima.): 14/16 nós
Propulsão: 2 MCP Wartisila diesel Bow-Thruster
Armamento: 2 metralhadoras 20mm Gamb-O1
Tripulação: 150 militares