5/mar/08 (AER) – O recente episódio que instigou os governos do Equador e da Venezuela contra a Colômbia manifestou de forma cabal a urgente necessidade de o Brasil promover uma imediata e ampla guinada da sua política para a Amazônia, até agora dominada pelo aparato ambientalista-indigenista internacional e sua agenda orientada a promover um vácuo populacional que garantiria a sua condição de "reserva estratégica".
De início, se impõem duas providências imediatas: uma retomada em profundidade do Programa Calha Norte e a revogação da delimitação em área contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, em Roraima, como sinal de uma mudança paradigmática da política brasileira. Na mesma linha de raciocínio, todas as reservas indígenas e/ou ambientais localizadas na fronteira que vai do Amapá a Rondônia devem ser criteriosamente reavaliadas.
O Calha Norte, originalmente idealizado em meados da década de 1980, precisamente, com o intuito de criar núcleos de povoamento da fronteira em torno de instalações militares, foi alvo imediato do aparato ambientalista-indigenista, que não lhe poupou ataques, rotulando-o de "etnogenocida", "anti-índios" e outras sandices do gênero. Devido a uma combinação dessas pressões, as crescentes restrições orçamentárias impostas às Forças Armadas e a falta de contrapartidas dos órgãos civis do Governo Federal, o programa nunca atingiu as dimensões pretendidas - descaso que tem custado caro ao País.
Seja como for, nas presentes circunstâncias, a exclusão de atividades econômicas responsáveis pelo adensamento demográfico de uma área altamente sensível é, no mínimo, temerária - para não dizer uma afronta aos interesses da nação brasileira.
Como um corolário da mudança da política para a Amazônia é preciso suplantar de vez as ingerências abusivas do aparato ambientalista-indigenista na definição das políticas de desenvolvimento e, em especial, dos projetos de infra-estrutura física imprescindíveis à ocupação e modernização econômica da região. Ao lograrem obstaculizar durante anos ou, mesmo, definitivamente, projetos de usinas hidrelétricas, hidrovias, pavimentação rodoviária e outros, os operativos do aparato, atuando em suas bem financiadas organizações não-governamentais (ONGs), funcionam na prática como elementos de guerra irregular (ou "guerra de quarta geração") muito mais efetivos do que unidades militares tradicionais, com o agravante de não poderem ser confrontados por meios militares clássicos.
Sem modernização econômica e adensamento demográfico, não será possível exercer uma soberania efetiva sobre a Amazônia, deixando a região vulnerável a todo tipo de ameaças externas, inclusive, desdobramentos imprevisíveis de atritos na vizinhança.
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