Uma festa de gala para o bicentenário do Almirante Tamandaré no Rio de Janeiro |
No ano em que se comemora os duzentos anos do nascimento do seu patrono, o Almirante Tamandaré, a Marinha do Brasil festejou a data em grande estilo.
Já a partir da quarta feira começaram a chegar os navios estrangeiros. Como todos que produzem festas bem sabem, o sucesso de um evento festivo pode ser facilmente medido em termos de quem foi convidado e de quem apareceu na festa. Neste ano a lista de convidados estrangeiros foi bem grande e variada.
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Da América do Sul vieram a corveta da Argentina ARA Espora (41), o navio de resgate submarino do Uruguai ROU Vanguardia (26), da Venezuela, ARBV Almirante Brión (F-22), uma fragata da classe Lupo e o navio de apoio logístico ARBV Ciudad Bolívar (T-81) e a Colômbia, enviou o seu navio escola Glória. Da América do Norte, vieram, um cruzador da classe Ticonderoga, o USS Philippine Sea (CG-58) e o patrulheiro oceânico mexicano, ARM Oaxaca (P-161). Da Europa, uma grata surpresa, o mais recente navio a ser colocado em serviço na Royal Navy , o patrulheiro oceânico HMS Clyde (P-257) representou o Reino Unido. Portugal, mandou o navio escola Sagres, um navio que entre 1948 e 1961 serviu na Marinha do Brasil como navio-escola, ostentando o nome do então Distrito Federal, “Guanabara”. Da África, vieram três navios, de dois países. A Nigerian Navy mandou a sua única fragata Meko 360, NNS Aradu (F-89) e o navio Patrulha NNS Nwamba (A503), um veterano “cutter” da Guarda Costeira Americana, onde era conhecido por USCGS Firebush. A Marinha da África do Sul orgulhosamente apresentou a mais recente de suas novíssimas Meko 200 SAN, a SAS Mendi (F148). Apenas o USS Philippine Sea ficou fundeado no meio da Bahia, uma vez que seu calado de 9,7 metros se provou demasiado grande para as condições do Porto do Rio. Todos os navios deixaram o porto na tarde da quinta feira, passando a noite fundeados do lado de fora da Baía da Guanabara.
O Desfile
No dia da independência, sexta-feira, a partir da 10 horas da manhã, teve ínicio o desfile militar na Av. Pres. Vargas com tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica. Durante a passagem das tropas da Marinha, uma esquadrilha de helicópteros vinda da Base Aérea de São Pedro D’Aldeia, fez uma passagem baixa sobre a avenida, aonde líder da esquadrilha cumprimentou as autoridades com o seu SH-3 do esquadrão HS-1, deixando as pessoas que assistiam entusiasmadas. Logo após, foi a vez dos caças de Santa Cruz fazerem passagens baixas na avenida. As 11horas, um desfile naval com 21 navios militares, percorreu a orla da capital carioca da Barra até a entrada da Baía da Guanabara. Um dia perfeito, com céu azul, temperatura amena e praias lotadas. Esta foi uma oportunidade única para que muitos contribuintes pudessem, pela primeira vez, ver um grande número de navios de guerra brasileiros navegando juntos em formatura de coluna. A repercussão na mídia foi imensa, e quase todos os jornais da cidade mostravam nas suas capas do dia seguinte, fotos do evento. Os noticiários de tevê naquela noite também exibiram efusivamente o grande e positivo impacto que a imagem do desfile teve sobre as famílias presentes nas praias.
Do desfile naval tomaram parte os seguintes navios da Marinha do Brasil. A coluna era liderada pela Fragata Defensora (F-41), seguida então pelo NDD Ceará (G-30), USS Philippine Sea, pela fragata Type 22 Greenhalgh (F-46). Em seguida na seqüência: a fragata nigeriana Aradu (F-89) e a Meko 200 SAN Mendi, da Africa do Sul, a fragata brasileira Rademaker (F-49), fragata Almirante Brión venezuelana, a corveta Inhaúma (V-30), a corveta Meko 140 argentina Espora (41) , o patrulheiro mexicano Oaxaca (P161), a fragata Bosísio (F-48), o patrulheiro britânico HMS Clyde (P-257), o Almirante Gastão Motta (G-23), o Ciudad Bolívar (T-81) da Venezuela, o navio hidrográfico brasileiro Sirius (H-21), o ROU Vanguardia (26), o navio patrulha Gurupi (P-47), o navio nigeriano Nwamba (A503) e a corveta Frontin V-33. Terminando o desfile surgiram os três veleiros presentes, o Cisne Branco da Marinha do Brasil, o Glória, da Armada de Colômbia, e o, Sagres (A 520) da marinha de Portugal.
A Parada Naval
Ao retornarem à Baía da Guanabara na tarde de sexta-feira, todos os navios, ao invés de irem direto para o porto, se posicionaram fundeados para a Parada do dia seguinte.No dia seguinte, foi realizada uma grande Parada Naval dentro da Baía com 23 navios fundeados entre o Aeroporto Santos Dumont e a Ponte Rio-Niterói. Além dos navios presentes no desfile da véspera, foram incluídos, também, o Submarino Tupi (S-30) e a nau capitânea da MB, o Navio Aeródromo São Paulo (A-12). Este foi o primeiro compromisso formal do São Paulo, que acaba de sair de um grande período de manutenção que, praticamente, durou mais de dois anos, após o acidente em 2005.
O navio-aeródromo além de todas as alterações internas teve seu convôo reformado passando a utilizar o mesmo meterial usado na Classe Nimitz, tendo inclusive sua pintura modificada, perdendo o “triangulo” branco característico do seu passado na Marine Nationale francesa, e ganhando uma delineação grossa na pista diagonal em amarelo canário. O NAe São Paulo também recebeu dois lançadores SIMBAD oriundos do A-11 Minas Gerais. Nas próximas semanas o São Paulo iniciará o programa de re-certificação do navio e da sua tripulação pelo CAAML, passo indispensável para que ele possa voltar a participar das operações e exercícios da Marinha.
Neste dia, o veleiro Cisne Branco transportou todos os convidados VIPs. Uma lista encabeçada pelo Vice-Presidente da República, José Alencar, pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim e pelo anfitrião do evento, o Almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha do Brasil. O veleiro passou diante de cada um dos navios fundeados e em cada um deles, os tripulantes vestidos de branco guarneciam as amuradas em posição de sentido.
Foram dois dias de uma grande e merecida festa para lembrar a memória do Almirante Tamandaré, ele sem dúvida teria ficado mais do que satisfeito com esta bela homenagem.
A ALIDE participou dos eventos apoiada pela Marinha do Brasil.
Fonte: ALIDE