Translate

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Porto de Santos recebe seis navios da Marinha brasileira

  • Marinha do Brasil

  • Seis navios atracam em Santos durante Operação
    Texto atualizado em 23 de Outubro de 2007 - 01h01
    Cláudia Dominguez
    jornalista*

    É a primeira vez neste ano que o Porto de Santos recebe seis navios da Marinha brasileira em apenas um dia. As fragatas “Niterói”, “Bosísio”, “Rademaker”, as corvetas “Inhaúma”, “Julio de Noronha” e o submarino “Tupi” estiveram atracados no Porto de Santos entre os dias 18 e 21 como parte da Operação Torpedex/07.


    Fragata Rademaker navega pelas águas de Santos

    Durante sete dias, o Grupo-Tarefa (GT) comandado pelo contra-almirante Wilson Barbosa Guerra, 40 anos de Marinha, realizou manobras e exercícios de guerra anti-submarino, de superfície e antiaérea, além de exercício de reboque, com o objetivo de manter a prontidão operativa dos navios da esquadra brasileira. Dessa vez, como o próprio nome da operação sugere, o foco dos exercícios foi o lançamento de torpedos.

    “O planejamento é simples, já que temos todos os exercícios cotejados. São procedimentos operativos prontos para você colocar em vigor. Geralmente esses exercícios são realizados entre grandes operações. As saídas para adestramento são constantes”, explica o comandante do GT.

    O contra-almirante Guerra, que há um ano e meio também é comandante da Força de Superfície da Marinha do Brasil, esteve a bordo do navio-capitânia, a fragata “Niterói”. Cerca de 1.800 homens participaram dessa operação realizada a 150 milhas da costa em águas profundas onde não há tráfego de navios mercantes. Com a média de 10 exercícios diários, a tripulação trabalhou 24 horas do dia.

    A função de comandar o GT exige um alto nível de experiência. Cabe ao comandante do Grupo conduzir todos os eventos, coordenar para que as coisas aconteçam como planejado. “O lançamento do torpedo é o exercício que tem maior grau de dificuldade. Nós temos um alvo que é colocado dentro d’’água e este emite uma freqüência que tem que ser captada pelo sonar do navio. Há todo um procedimento para fazer um ataque a ele”.


    A corveta Inhaúma foi uma das embarcações que

    fizeram parte da Operação Torpedex/07

    Ele explica que primeiramente é feito um simulado para depois haver o lançamento do torpedo. “Depois tem que recolher o torpedo porque esse é um torpedo de exercício. Quando é lançado dentro d’’água ele tem uma “cabeça” onde é gravada a corrida dele. Depois é feita uma análise para ver se teria acertado o submarino ou não num caso real”.

    Capitão dos Portos do Estado de São Paulo entre 2003 e 2004, o carioca Guerra, 56 anos, tem um carinho especial por Santos. “A cidade é a imagem do Rio de Janeiro. A gente chega aqui e quer ir à praia. É uma cidade muito parecida com o Rio, embora a qualidade de vida seja bem melhor. Por isso, gosto tanto daqui. Ando com certa facilidade pela cidade de Santos, não só porque morava aqui, mas porque a gente vem muito para cá. Nesses dias em que estamos atracados já fui almoçar com os amigos... o pessoal todo liga. É muito gostoso”.

    Na volta para casa, um exercício ainda os aguardava.

    “A gente vai transitar numa área em que o submarino está lá esperando a gente e a gente não sabe onde ele está. Tem que descobrir onde ele está porque a missão dele é nos atacar e a nossa de nos defender”.

    Provavelmente, tudo transcorreu conforme imaginado.

    Arquivo do blog